quinta-feira, 16 de julho de 2009

As crianças de hoje... e do futuro amanhã

As crianças de hoje vivem obcecadas pelo consumismo. Todas elas estão a crescer num século em que as mentalidades se baseiam simplesmente naquilo de que estas são portadoras. Uma criança dos 6 aos 15 anos gasta em média 11 horas entre refeições e o sono. As restantes horas disponíveis são passadas em actividades como ver televisão, internet, e claro, as aclamadas compras. Penso que este facto advém da pouca autonomia que os pais conferem aos filhos. Estes novos pais, os ditos pais modernos, tentam colocar os filhos num casulo que não permita que estes cresçam da maneira mais propícia, e que lhes possibilite futuramente encarar as contrariedades da vida da melhor maneira. Em compensação por este feito deliberado os pais dotam os filhos de tudo quando estes almejam. As crianças de hoje, desta sociedade hodierna, não conhecem a significação da palavra NÃO. Assim, estamos a instruir crianças (os nossos futuros empreendedores) da pior maneira possível, criando criaturas egoístas, comodistas, interesseiras que estão acostumadas desde pequenas a ter tudo que cobiçam sem o menor esforço, assim como estão igualmente habituadas apenas a disputar com os colegas a melhor roupa, o melhor brinquedo, os melhores ténis. Não culpo as crianças por este facto. Os pais são os principais responsáveis, uma vez que são estes os seus pedagogos. Tenho a expectativa que este tipo de conduta mude rapidamente, pois se tal não acontecer afianço que teremos uma sociedade futura bastante insensível e atroz, onde a benevolência, humanitarismo e principalmente o respeito, não irão fazer parte do léxico dos seres humanos.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Nesta Localidade...

A vontade de ser mais e querer mais começou a prosperar fortemente em meios tão provinciais como a nossa localidade. Começando pela política onde as conveniências dos dirigentes se alteiam aos interesses da população, passando pelo regime social onde tudo e todos se tentam sobrepor uns aos outros, desde os estratos mais jovens até aos mais idosos. Que agremiação é esta onde a existência de outrem é sempre mais interessante que a nossa? Se cada um tivesse a mente tão arreigada na sua vida decerto olvidariam o que se passa com o confino. Porquê que o conceito de o que fica bem e mal é tão rígido, inexorável e inflexível nestas meios? Mesmo não havendo nenhum édito que diga o que é ou não é certo a tradição é tão implacável que não consente que o humano seja ditoso com aquilo que almeja. Tanto preconceito. Temas como homossexualidade, lesbianismo, racismo são praticamente tabus nestas localidades. Factos tão ingénitos e triviais noutros meios como tatuagens, piercings, implantes, plásticas, silicones, vasectomias são encaradas como coisas pérfidas, diabólicas, pavorosas. Como é que estes acontecimentos são exequíveis em pleno século XXI?

sábado, 11 de julho de 2009

Felicidade

Felicidade! Sentimento tão atinente e tão efémero. Hoje sinto-me feliz, amanhã toda essa felicidade não fará qualquer sentido. Queremos ser felizes com tudo aquilo que não detemos e talvez nunca poderemos alcançar… que utopia. A felicidade é sentimento fantasmagórico, uma ilusão que nunca passará disso. Penso por vezes que necessitava de algo mais superior para penetrar a felicidade suprema, mas será que isso existe de facto? Felicidade suprema? Talvez exista, mas nenhum ser humano é capaz de a alcançar, pois necessitamos sempre de algo mais. Nem que fossemos dotados de descomunais amores, grandiosas amizades, um colossal poder económico, beleza descomunal, algo mais iria faltar. No meu caso poderei apenas dizer que me sinto feliz. Não sei com o quê nem sei o porquê, mas será que isso realmente importa? Não! Não necessito de ser constantemente racional, pois todos os seres humanos são dotados com o seu Q de irracionalidade. Mesmo no auge da minha felicidade, sei que a minha alma tem encontros e desencontros constantes. Se me sinto bem no presente surge a nostalgia do passado, a vontade de ser criança novamente, o desejo de sentir que a única expectativa que os outros têm em relação a mim é simplesmente a vontade de me ver sorrir, outras vezes surge a vontade de querer crescer rápido, a determinação de querer saciar todos os meus desejos e vontades sem ter que pedir pareceres alheios. Algo falta sempre… é uma ansiedade extrínseca. Nos somos retalhos humanos e nunca passaremos disso, meros retalhos…



Ps: Pensei, considerei, meditei e não consegui encontrar nenhuma excepção a esta minha teoria…