terça-feira, 6 de abril de 2010

Direito à vida

Numas pesquisas que realizei recentemente verifiquei que havia pessoas que viviam em países socialistas, que, na maioria deles, é proibido apresentar a violência quer na televisão, quer no cinema ou no teatro como espectáculo. Se é verdade, está ai algo que deveríamos aprender com eles. Podemos até discordar de outros aspectos do seu sistema; nisso, porém, eles estão certos e nós errados. Sou daquelas pessoas que não “engolem” argumentos de psicólogos e sociólogos, que justificam espectáculos de violência como algo positivo. Penso que se houvesse menos violência na televisão, no cinema e na literatura, também haveria menos violência nas ruas. Quando o cidadão se acostuma à violência, acaba por acha-la natural, e ai começa o desrespeito à vida…
Quando fomos concebidos um dos primeiros direitos que nos foi oferecido foi o direito À vida, o direito de viver. Nós, seres humanos, não escolhemos nascer, não escolhemos aquilo que queremos presenciar e certamente não escolheremos a hora em que queremos morrer. Apesar de não termos controlo sobre a vida não significa que não temos a obrigação e a responsabilidade de zelar por ela. Não podemos dominar uma geada, uma praga, uma seca, uma onda de frio/calor, no entanto dentro do que podemos e do que sabemos podemos tomar alguns cuidados. Não podemos fazer o que bem entendemos com a nossa vida, mas podemos fazer muita coisa por ela. Uma dessas coisas é, qualificá-la, melhorá-la, valorizá-la. Isto está ao nosso alcance. E a acabar com a violência deveria ser uma das obrigações do ser Humano. Quem implanta e fomenta a violência acaba destruído por ela
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Guerra dos sexos

Homem e mulher desde sempre se defrontaram, claro que nos tempos mais primordiais esse confronto era realizado de uma forma mais subtil. Hoje esta guerra è assumida e declarada. A espécie humana é responsável por mais de 6 biliões de seres na face do nosso planeta, e com pequenas variações e excepções, estes podem-se dividir entre homens e mulheres. As mulheres ocuparam posições que era maioritariamente masculina, mas eles também não se renderam, e têm que assumir, roubaram-nos muitas realidades que eram predominantemente femininas, e admito que a que mais me revolta é o cor-de-rosa. Nunca teria imaginado ver um homem de cor-de-rosa (tenho que admitir que até ficam bem). Mas no fundo não os poderei condenar, as calças eram exclusivamente masculinas e nós já há mais de 50 anos que as adoptamos como peça principal na nossa indumentária. Foi tal esta invasão que hoje quando se abre um armário de uma mulher os pares são tanto, que hoje temos que ser racionais e admitir que as calças são mais compradas pelas mulheres (em número) com a vantagem de que podemos usar muitas mais variedades. Quem leu até aqui esta crónica deve pensar que tenho ideias completamente feministas mas acreditem que não, muito pelo contrário, acho que homem e mulher se completam e não poderiam viver um sem o outro. Mas sinceramente se não queremos alimentar mais esta guerra, teremos que deixar por completo aquela típicas piadinhas tão tão…. Sexistas…. “Porquês que os homens têm mais neurónios? Para conseguirem ver futebol e falar ao mesmo tempo.” Ou “Para distrair uma mulher por algumas horas escreva nos dois lados de uma folha: - vire, por favor”. Confesso que poderá ter a sua piada (que tem) mas não estaremos a desvalorizar de mais o nosso aposto?
Uma verdade tem que ser aqui assumida, homem e mulheres são muito diferentes e não falo apenas a nível físico. A mulher, e está provado cientificamente, possui uma memória muito mais desenvolvida que os homens, estes têm apenas uma melhor memoria espacial. Tudo é diferente entre estes dois seres. E são estas diferenças (ou não) que tornam possível a relação entre ambos. Homens e mulheres têm circuitos cerebrais bastantes diferentes, discutem de maneira diferente, estar em boa forma é mais difícil para as mulheres do que para os homens, estas sentem a dor de maneira diferente, e preocupam-se muito mais que os homens. São tantas as diferenças que seria impossível para mim descreve-las todas aqui.
No entanto apesar de tudo, penso que não se deveria falar numa guerra. Segundo o dicionário guerra corresponde a “confronto entre dois ou mais grupos, utilizando armas para tentar derrotar o adversário”. Será que somos mesmo adversários? Pensemos bem 98% das indústrias de cosméticos e 89% da moda são voltados para as mulheres, no entanto, 98% da indústria da cerveja e 89% da indústria automobilística são voltadas para eles. Quem ganha aqui???
Toda a gente tem qualidades e defeitos mas é necessário aceita-los e não deixar que esses defeitos ganhem mais importância do que a que realmente deveriam ter. Tudo bem, e temos que admitir, que as mulheres sabem como confortar uma amigo, sorriem sempre, mesmo nos piores momentos, choram de alegria, conseguem esticar mais o dinheiro (quando não vão às compras). E poucos são os homens que conseguem fazer estas proezas.
Em suma ambos os sexos são necessários, se um ou outro não existisse como seria o mundo? Nunca nos poderemos esquecer dos ensinamentos da sabedoria popular “os opostos atraem-se” e homens e mulheres complementam-se e desculpam se poderei estar neste momento a ferir susceptibilidades: mas nós não éramos nada sem eles (nem eles sem nós).

Ps. Pensei em falar nesta crónica dos típicos problemas que há quando se fala em guerra dos sexos, nomeadamente a nível de emprego, mas considerei que era um assunto demasiado falado e não dignifica em nada o ser humano.